sábado, 29 de setembro de 2012

O Patinho Feio da Hotelaria

Quando andava a tirar o curso, sonhava ser daquelas empresárias de sucesso que viajam de um lado para o outro. Tinha o sonho secreto de cair num Operador Turístico e rumar pelo Mundo fora, avaliando os destinos para depois os recomendar
Não posso esconder que foi essa coisa chamada "Crise" que me arrastou para trás de um Balcão. É o mais fácil e o "mais normal"; acabar o curso e trabalhar num Hotel.
A minha primeira experiência na hotelaria aconteceu há dois anos e foi definitivamente para esquecer. Lembro-me de pequenos pedaços de acontecimentos, porque é sabido que o cérebro apaga ou encobre numa espécie de nuvem cinzenta os acontecimentos mais traumatizantes. Candidatei-me para o posto de Recepcionista e acabei a fazer (quase) tudo menos Recepção. Trabalhava 10 horas diárias, das 12h às 22h
e dado o isolamento era obrigada a ficar no Hotel. Ou seja, vivia 24h aquele ambiente.
O 1º dia foi muito aquém das minhas expectativas. Só gostei da parte em que me mostraram o Hotel, apesar de que, 5 minutos depois já não sabia onde era nada.
Quando me colocaram na recepção, debitaram-me informação para um ano e não toleraram que eu 3 dias depois ainda não soubesse os preços com todas as suas especificidades sem necessidade de consulta ou que ao Domingo as refeições eram servidas não sei onde, não sei de que horas a que horas.
Devido também à lavagem de dinheiro, muito do dinheiro não era declarado à contabilidade e por isso eu ficava sempre na dúvida se havia ou não de registar os hóspedes no sistema informático... era alvo de pancada verbal também por isso.
Os meus dias passavam-se basicamente a lavar loiça do pequeno-almoço assim que eu chegasse, até à "hora de almoço do pessoal". Quando regeressava colocava as mesas para o jantar, passsava os guardanapos em falta e em dias bons parava um pouco na recepção para mais informação debitada. Lavava o chão todo das áreas comuns e muitas vezes aspirava os corredores de acesso aos quartos. À noite dava uma ajuda nos jantares. Os colegas eram dispensáveis. No primeiro dia, quando almoçamos todas, senti-me uma carta fora do baralho, pois nem uma pessoa teve a consideração de me dirigir a palavra. Trabalhar só com mulheres é péssimo e o único "homem" existente também tinha pouco de macho. Era o colega da noite, mais novo que eu e não me deixava que o tratasse sem ser por senhor.
Ao 3º dia já me fartava de chorar para sair dali... até que saí depois de 3 longas semanas. Às vezes gostava de lá voltar só para mostrar como me estou a sair bem no mundo do trabalho: sou recepcionista e promotora do hotel onde estou e tenho viajado algumas vezes à conta disso. Afinal o problema não era meu e eu não era assim tão incompetente.

 Fonte da imgaem desconhecida

(Este texto está em Desacordo Ortográfico)

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